FEIRA EM HISTÓRIA - EFEMÉRIDES DE SETEMBRO DE 1957

21/9/2020, 15:9h |

 

 

Por Adilson Simas

Na área empresarial - Foi inaugurado o Posto “Servi Centro Esso” na Praça da República.
Além de distribuidor dos produtos da Esso, com a inauguração a cidade também ganhou
um aparelhado serviço de lavagem em qualquer tipo de carro.

Um dos proprietários, Martiniano Carneiro discursou destacando que o estabelecimento
estava à altura dos foros de civilização e desenvolvimento de Feira de Santana. O Padre
Aderbal Miranda benzeu as instalações e a filarmônica da Euterpe Feirense brindou os
presentes com trechos musicais.

Na área esportiva - A grande notícia foi o convite da Federação Baiana a Pedrinho
Rodrigues, o “homem do cachimbo”, técnico do Fluminense, para dirigir a Seleção Baiana
que representaria o Brasil na excursão programada para o Chile.

Logo os cronistas da cidade, começaram a sugerir a convocação de jogadores do tricolor e
entre eles eram citados Flávio, Raimundinho, Valder e Periperi.

Na área policial - A imprensa divulgou quem foi preso no decorrer dos últimos dias,
citando Militão Correia por ter furtado pacotes de café e outros objetos, Arnold Pereira
Santos por ter furtado um liquidificador, Manoel Ferreira Silva por crime de defloramento,
Antônio Roberto Silva por ter furtado 5 sacos de lona e caixas de gás, Cosme Bento Costa
por ter furtado um saco de feijão.

A imprensa também noticiou que Antônio Pereira de Oliveira, por amor, paixão e ciúme,
tentou o suicídio ingerindo Formicida e Coca Cola. A ocorrência ganhou a seguinte
manchete: “O amor quase o leva a sepultura”.

Na área cultural - A Câmara Municipal, na época funcionando no Paço Municipal, cedeu
suas instalações para a concorrida solenidade que marcou a posse da nova diretoria
Associação Cultural Filinto Bastos:

A diretoria ficou assim constituída: presidente de honra, Benedito Farias; presidente
executivo, Humberto Mascarenhas; vice-presidente, José Luiz Navarro; secretários,
Agnaldo Marques e Leny Pinto; tesoureiros, Raimundo Almeida e João Assis, secretário de
Cultura, Djalma Souza, secretário de arte, Olney São Paulo; secretário de imprensa, Edgar
Erudilho; secretário social, José Ferraz, orador, Carlos Pires; bibliotecário, Aurino Bastos; e
na assistência social, Armando Almeida, Ely Rosas e Noelia Rosas.

Na área de serviços - A imprensa noticiou que Tereza Batista, figura do cotidiano da cidade
que há anos permanecia ao relento, abeirada à porta de um estabelecimento comercial, foi
transferida para o Albergue Noturno, naquele imóvel hoje também ocupado pelo escritório
do Fluminense.

Conta o jornal que o delegado de policia incluiu na lista dos presos o nome da velha Tereza
para que “lhe seja fornecida quantia idêntica a que recebem os presos pobres para sua
alimentação”.

Na área religiosa - Além de fornecer aos leitores os horários das missas, uma nota com o
título “Amigo, você sabe?” dizia que no Café São Paulo foi colocado um cofre, que se
destina a recolher esmolas para a construção da Igreja de Santo Antônio.

Segundo a nota um cofre será levado em desfile até o local onde a igreja estava sendo
edificada, saindo da Praça do Comercio (hoje Praça da Bandeira), tendo a frente a Banda de
Musica da Euterpe Feirense.

A nota termina sugerindo que “Quem não puder ir, mande outra pessoa para levar a sua
cooperação, pois Santo Antônio dará o dobro da importância que se vai ofertar para a
construção da sua escola”.

Na área literária - Assim como os jornais atuais estimulam os meios artísticos e culturais,
nos anos 50 a categoria também tinha espaço nos jornais da época.
A Gazeta Literária do dia 14 publicou esta poesia do advogado e grande orador Carlos
Pires, filho de João Pires da antiga Loja Pires:

- Quantos amores tive, francamente, nem sei se sou capaz de descrevê-los. Desde o mais
sensual e irreverente, até o mais puro em recatados zelos. Em cada amor um tipo diferente...
E amei com o ardor de todos os meus desvêlos, morenas com a noite em olhar ardente, e
loiras com luares nos cabelos. Mas, mesmo assim, com todo o meu sucesso, com todas as
mulheres, eu confesso, que insatisfeito o meu viver definha. Ó mundo de terrível contra-
senso! A única mulher a quem pertenço, jamais na vida poderá ser minha.



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