"Na astronomia entendemos nossas limitações", explica especialista no Dia Mundial do Braille

"Ao olhar o céu nós temos uma limitação, enquanto ser humano. E nesse sentido é importante entendermos as nossas limitações. E as limitações de todos". A declaração é do astrônomo e diretor de Difusão Científica do Museu Parque do Saber Dival da Silva Pitombo, Basílio Fernandez, ao relacionar a experiência proporcionada pela astronomia com o braille, sistema de escrita tátil utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão. Nesta quarta-feira (04), Dia Mundial do Braille, o planetário recebeu a visita de dezenas de crianças e adultos. 

"Temos uma programação de astronomia que é contínua. Temos um planetário e o principal motivo dele é mostrar o céu. E a gente entende na astronomia justamente as nossas limitações. E a gente vê muitas coisas, mas necessitamos de equipamentos, telescópios, que conseguem identificar no infra-vermelho, no ultra-violeta, no microondas. Então, de fato, a maioria das coisas a gente não consegue ver a olho nú", pontua. 

O Museu Parque do Saber Dival da Silva Pitombo iniciou neste mês de janeiro a sua programação especial para a Sessão de Férias de 2023. Dezenas de visitantes estão conhecendo as projeções do planetário e contemplando a exibição de filmes sobre conhecimentos científicos. Esta semana as sessões acontecem até sexta-feira (6). A programação segue de 9 a 13 de janeiro, a partir das 15h.  

"É sempre um desafio, pois sempre trabalhamos com sessões agendadas e a gente tem uma linguagem, um conteúdo e uma temática já direcionada para aquele grupo que nos foi previamente agendado. A programação ao público tem uma diversidade muito grande entre faixa etária e diversas pessoas que estão visitando", observa Basílio. 

Dentre os visitantes, um deles já conhecia intimamente o planetário. Atualmente residindo na Austrália, Bruno Lemos foi o primeiro planetarista do Museu, quando o equipamento foi inaugurado, em 2008. Em visita a Feira de Santana para rever familiares, o professor de jiu-jitsu aproveitou para levar os filhos, Max e Lucca, de um e três anos, para conhecer o planetário. "Achei bem legal. Estava ansioso para rever os filmes, as apresentações, que há muito tempo atrás pude conhecer através do trabalho".