MAP vai além do crochê e da sandália de couro: o artesanato dá espaço a ourives e a esteticista

Jacy, como é conhecida, conta que muitos deles trabalham na região do comércio e, com isso aproveitam o intervalo no expediente para ir até seu espaço. Os atendimentos são previamente agendados.
“No início fiquei um pouco insegura, mas, graças a Deus, meus clientes me acompanharam na mudança de endereço e, nestes dez meses no Mercado de Arte, as portas se abriram com a chegada de outros. Aqui temos uma boa localização, assim como prezo pela estrutura”, afirma Jacy, uma ex-agente de endemias.
Ao lado, também no primeiro andar, a cabeleireira Andrea Santos [foto abaixo] faz tranças entre outros penteados afros. Diz que “o serviço é direcionado a cultura negra”. Há seis anos no MAP, ela mantém um bom número de clientes. Seu box é um dos mais movimentados.
“O MAP é um espaço de cultura e da arte. Então, isso aqui tem tudo a ver”, diz ao olhar para um longo e cacheado cabelo que estava sendo finalizado pela agilidade de suas mãos.
Enquanto isso, no térreo onde estão distribuídos quase a totalidade dos 97 boxes, o artesanato divide espaço com a banca do folheteiro e cordelista Jurivaldo Alves da Silva, onde estão à venda romances, folhetos, além de CDs e cédulas antigas; e a Magalhães Foto, o box de seu Antônio Magalhães, onde aos 85 anos fotografa em 3x4 e oferece serviços de xerox e impressão.
Barbeiro Francolino e sua fiel clientela: do ex-prefeito Colbert a pecuaristas e médicos
No Mercado de Arte tem ainda chaveiro, ourives, amolador de tesouras e alicates, vendedor de embalagens plásticas e produtos de limpeza, relojoeiro e quem coloque molduras em fotografias e imagens. E em meio a tudo isso, a “Barbearia Rocha”, no Boxe C, em frente a uma das portas de acesso ao equipamento pela rua Benjamin Constant.
Ocupando o MAP há 40 anos, pelas mãos do barbeiro Francolino Pereira Rocha, de 95 anos (79 de profissão), já passaram figuras públicas de Feira de Santana, como o ex-prefeito Colbert Martins, pai do atual gestor do município, Colbert Martins Filho, Eduardo Froes da Motta, empresários e pecuaristas.
“Muitos que aqui frequentavam Deus já levou”, diz Francolino, que divide o espaço com o também barbeiro, Vivaldo Andrade Rocha, 76, que destaca as qualidades do irmão como profissional: “Na época que cortar cabelo era com tesoura, não tinha ninguém igual a ele”.
Ainda assim, a “Barbearia Rocha” mantém uma clientela fiel, inclusive de outros municípios, que vem em busca dos serviços de Francolino e Vivaldo. “Tenho clientes de Cachoeira, São Gonçalo, já tive de Anguera, que vêm aqui no MAP só para cortar o cabelo comigo”, diz o mais novo dos barbeiros.
A diretora do Departamento de Turismo, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Graça Cordeiro, reforça que “hoje o MAP não é apenas o local onde as pessoas procuram por roupas ou outros artigos artesanais, mas também vêm interessadas nos serviços diversos que os permissionários oferecem, desde aquele que confecciona uma aliança aos que oferecem massagens e serviços estéticos”.